24 de out. de 2013

Felicidade: com ou sem cobertura?

Oi!!!

   Desculpe o atraso, estava em trânsito. :D.

   Estava pensando sobre o que escrever quando vi este post:






   Primeiro porque a relação sorvete e felicidade são bem próximas. Ambas necessitam de uma situação específica para acontecer (no caso do sorvete um local refrigerado), são gostosas, porém fugazes. A vida é assim, desculpe aqueles mais otimistas que acham que tudo é uma maravilha, mas se formos colocar preto no branco as coisas são assim, muito arroz com feijão (te alimenta, é até bom, mas enjoa). E claro tem os momentos pão duro, que é osso, muita gente passa e não desejo para ninguém.

   Quanto a felicidade, segue o mesmo pensamento do amor platônico, é baseada em desejo. É como num jantar, já senta pensando na sobremesa que é o ápice da refeição, o doce que trará a felicidade. Vem pouco, dura pouco e mesmo que você repita (o que não é elegante) não tem o mesmo gosto, pois você já satisfez os eu desejo. E aí você tem que esperar novamente a próxima refeição com sobremesa para se satisfazer. Em resumo é isso, a espera pela realização de um desejo, quanto mais demorado mais plena. É claro que se demorar muito vira frustração.

   Quanto a comprar, isso vai um pouco contra esse ideia. Pois se você tem acesso imediato a qualquer desejo, o desejo em si se perde. E sem desejo não tem felicidade. E venhamos e convenhamos, comer sobremesa o tempo todo enjoa.

Sidnei Akiyoshi.


2 de out. de 2013

Caríbdis

Oi!!!

   "Não saber de si é viver. Saber mal de si é pensar. Saber de si, de repente, como neste momento lustral, é ter subitamente a noção da mónada* íntima, da palavra mágica da alma. mas essa luz súbita cresta tudo, consume tudo. Deixa-nos nus até de nós." Livro do Desassossego - Fernando Pessoa.

   *Leibniz usa constantemente a expressão substância simples quando se refere à mónade. Cada mónade apresenta-se, neste sentido, como um mundo distinto, à parte, próprio - mas também como unidade primordial que compõe todos os corpos.

    As pessoas insistem em viver. A ignorância de si mesmo é ao mesmo tempo um bem, faz com todos acreditem na esperança, e um mal, pois as mantém longe do conhecimento de si. Pois dentro da ignorância não importa o que você faça, não sabem o que estão fazendo, portanto não há culpa ou responsabilidade. E a maioria prefere ficar assim. Responsabilidade é um peso que ninguém quer.

Caríbdis - William Pye


   O problema é quando decide saber de si. O que em si já é difícil, pois como Pessoa diz, cresta tudo, consome tudo. E você se vê jogado num redemoinho. A morte seria um bálsamo, pois já não há motivo para temê-la. Já que a solidão que se manifesta e toma conta de tudo e devasta as almas mais esperançosas. Resta tentar acordar os outros para dividir essa dor, essa solidão. Mas em geral, as pessoas preferem tomar a pílula azul. E a você só resta fazer arte, a única forma de comunicação entre esses dois mundos.

Sidnei Akiyoshi