7 de fev. de 2018

ZeroZeroZero

Oi!!!

      É muito estranho falar de não usar redes sociais usando uma rede social. Mas esse é exatamente o mote para esse texto. Afinal ser ativo em rede social não significa ser necessariamente ativo na vida. Eu tenho a sensação que o espaço entre dar uma curtida, mandar um coração ou até fazer um comentário é gigantesco entre o curtir, amar e conversar.



    Quase sempre estamos acompanhando a vida dos outros sem estar na vida dos outros efetivamente. Posso saber tudo o que alguém comeu, o que bebeu, onde esteve, com quem e fazendo o que sem ter um relacionamento com essa pessoa. Essa superficialidade me assusta um pouco. Já encontrei pessoas que me cobraram por não ter curtido algo que postou; como se aquilo dependesse a sua felicidade e a prova de nossa amizade. E quando chega nesse ponto é que vem à tona minha questão: O quanto as redes sociais são mais importantes do que a vida em si?

   O pior dessa situação é quando os comentários que se fazem em páginas alheias criam situações reais que geram desentendimentos e violência. Pois as pessoas acham que por estar num ambiente virtual nada acontece.

     Mas acredito que estamos chegando num ponto de saturação e a partir disso um retorno a vida real se faz necessário, assim como sair da caverna de Platão. E ver que a realidade é muito mais interessante do que o mundo virtual. Venha conhecer esse mundo onde não há curtidas, mas em compensação muito abraço.

     Sidnei Akiyoshi

8 de fev. de 2015

+ POLÍTICA

Oi!!!

   Confesso que me cansa discutir política com a maioria das pessoas. Pois além do unilateralismo pífio (pois isso não existe nas ideologias dos políticos brasileiros) há a discussão rasa de culpabilidade e responsabilidade. As pessoas querem mudar, mas não sabem o que. A maioria desconhece o sistema atual e menos ainda suas vicissitudes.



   Primeiro passo será a Reforma Política. Mas que reforma? Pois não basta mudar a forma como se elegem, mas a ideia do que é SER e FAZER política. Talvez o primeiro passo seja eliminar os resquícios do Coronelismo. Que temos como exemplo claro José Sarney. Ou seja, aquele que controla no âmbito municipal, estadual e tem forte influência no federal; e se perpetuam por toda uma vida na política e depois deixam suas crias continuarem. Isso pode ser amenizado colocando teto na atuação em cargos eletivos (teto de dois mandatos por exemplo, que juntando municipal+estadual+federal já são 24 anos).

   Outra mudança é o tipo de voto. O proporcional tem suas vantagens mas gera casos como a eleição em cadeia, como o caso do Enéias, que levou consigo para a Câmara mais 4 candidatos com votação inexpressiva. Talvez o voto Distrital ou Distrital Misto seja o mais apropriado. Pois garante que todo distrito tenha representantes proporcional ao seu tamanho. Por exemplo, se um Estado tem 10 cadeiras e seu estado tem 4 distritos, sendo a região metropolitana com 40% dos eleitores e os outros 3 com 20% cada, teríamos 4 candidatos eleitos na região metropolitana e 2 em cada um dos outros distritos. Além de revisar a quantidade de candidatos que cada partido possa colocar, além do coeficiente eleitoral, entre outros detalhes. E o que acho mais pertinente; o voto deveria deixar de ser obrigatório.

   E talvez o mais importante. O fim do financiamento privado às candidaturas. Que é o que mais gera corrupção. Isso em todas as esferas e partidos. Pois só com o financiamento público fica mais fácil fiscalizar, pois tendo X de dinheiro não pode contratar marqueteiros, fazer grandes produções, comprar meia página de jornal. É o candidato em cima do carro de som ou em frente a uma câmera falando de suas propostas e ponto.

   E para finalizar essa pequena introdução, pois nada é tão simples quanto parece, a diminuição da quantidade de cargos no legislativo. Já que a quantidade de leis que chegam para votação entre as apresentadas para apreciação não chegam a 2%. Ou seja, é muita gente sem fazer algo realmente útil.

Sidnei Akiyoshi

21 de jan. de 2015

O Rei está nu.

Oi!!!

   Gosto daquela história que dois alfaiates enganam o Rei dizendo que só os inteligentes conseguem ver a roupa que eles estão costurando, e tanto o rei como seus súditos fingem vê-la para não passarem por ignorantes. Desta história se pode tirar vária lições; sobre soberba, bajulação, ignorância, esperteza, malandragem, vaidade, entre outras tantas possíveis. Mas gostaria de falar sobre algo um pouco diferente, a nudez do Rei em si.



   Ser Rei não é fácil. Primeiro porque você tem que tomar todas as decisões. Sempre há a ajuda dos ministros e bispos, mas no final a decisão é sua. É para o resto de sua vida. Sim o cargo de Rei é vitalício. Tem que deixar descendentes, afinal, sua linhagem e seu legado têm que ter continuidade. Ou seja, mesmo nu, não perde a majestade. Sua cabeça continua com a coroa. Ela ignora o homem que existe sob ela. Mesmo ele existindo.

   Meu questionamento hoje parte desse princípio: o rei não tem escolha, é seu destino. Está fadado a isso. Mas pessoas comuns, como eu e você, não. Contudo criamos coroas que não nos pertencem e acreditamos fielmente que ela está sobre nossas cabeças. E desfilamos pelas ruas exibindo a todos a opulência que cravejamos com pedras preciosas em puro ouro. E todos a veem. Pois só os ignorantes veem. Enquanto isso o homem ignorado caminha carregando esse fardo que não lhe pertence.

   Sidnei Akiyoshi

8 de jan. de 2015

Escrever: uma necessidade.

   Oi!!!

   Começo 2015 com uma necessidade: escrever. Como dizia F. Scott Fotzgerald : "You don't write because you want to say something, you write because you have something to say.". Pois é, preciso escrever. Isso me faz bem. Isso me faz pensar. Isso me faz refletir.

   Esse será um ano atribulado para mim. É o ano do início de muitas coisas que farei nessa próxima década. Sim, eu faço planejamentos para 1, 5 e 10 anos. Como acabei meu planejamento da última década com saldo bastante positivo, essa próxima promete ser melhor. Mas como as demais postagens deste blog, isso não é um diário. É uma externalização de questionamentos sobre a vida cotidiana, contudo, caótica.


                                                    Cavalo de Atenas

   Eu particularmente prefiro externalizar tudo isso em imagens, pois para quem não sabe sou artista plástico, mas na dificuldade tempo-espacial que estou no momento esta é a expressão artística mais apropriada, tanto pelo veículo (escrita) como pelo gosto. Mas enfim, isso é só um oi. E para dizer que as postagens voltam quinzenalmente, sempre dia 07 e dia 21. Ok, esse primeiro está atrasado. Mas volte aqui sempre, até mais. 

Sidnei Akiyoshi

3 de fev. de 2014

Você é real?

Oi!!!

   Eu nem gosto de TV, muito menos de novela. Mas já gostei bastante, tanto de TV, quanto de novela. Eventualmente ainda assisto algumas coisas, mas basicamente documentários que falam da realidade e de filmes que falam de ficção. E tem um slogan sobre um festival de curtas que gosto muito: "Quando a realidade parece ficção, é hora de fazer documentários".



   Então eu te pergunto: Você se sente real? Real em todos os sentidos. Você tem uma vida ou faz o que é preciso fazer? Você realmente se importa com o próximo, ou só quando o próximo é igual a você. Pois ultimamente acho que estou dentro de uma ficção, daquelas bem baratas, com barbante segurando disco voador. Sabe, de mendigo que pede esmola em inglês a político que apresenta projetos de leis indignas. Tudo é muito ficcional para minha cabeça.

   É bem compreensivo a crise na arte. Pois se no século XX a arte chocava as pessoas mostrando a vida, hoje nada mais choca. Nada mais cria a catarse aristotélica necessária para a ruptura de paradigmas. Um homem degolar uma mulher numa discussão num bar gera  a mesma discussão que um pênalti. Entre tantas outras coisas que poderia citar aqui.

   A maioria das pessoas se prende em suas rotinas diárias e se escondem atrás de ficções, mas eu reitero a pergunta: você não acha que o nosso entorno está muito ficcional?

   Sidnei Akiyoshi

  

15 de jan. de 2014

Rolezinho: tô fora.

Oi!!!

   Nada como começar a ano com uma boa dose de contemporaneidade na veia. Dessa vez naquele ponto que acredito ser o mais nevrálgico na sociedade brasileira: a divisão das classes sociais.

   Sim estou falando dos tais "rolezinhos" que ocorreram em São Paulo e estão se alastrando por todo o país. Aquele bando de favelado que foi dar uma volta no Shopping Iguatemi. Eu poderia parar aqui, pois nesta frase já está descrito tudo o que li por aí nessa semana. Vamos fazer uma análise semântica: Aquele bando - bando já é uma quadrilha de malfeitores, acrescido do pronome aquele, gera distanciamento de quem fala. Favelado - é uma designação de pessoas de pouco poder aquisitivo que invadiram um terreno privado para construção de casa rústica, também muito associado a ladrão e sinônimo de maloqueiro. Foi dar uma volta - não tinham nenhum objetivo específico, apenas circular. Shopping Iguatemi - Local de compras conhecido por atender ao chamado público consumidor AA, ou seja, de maior poder aquisitivo. Ou seja, o sujeito não é compatível com o adjunto adverbial de lugar, ou vice versa.

   Com base nesse tipo de informação as pessoas começaram a tirar conclusões, baseados na velha temática sobre divisão de classes sociais e suas respectivas filosofias. Gostei do texto do Leandro Beguoci, onde ele desmistifica um pouco isso tudo e coloca um pouco de reflexão sobre o tema.

   Rolezinho sempre existiu, e isso não é exclusividade de quem mora em periferia, todos os jovens fazem isso (lembro que o point preferido da comunidade nipônica adolescente para o relezinho era o Shopping Paulista). A questão que aparece agora é que o jovem do Campo Limpo tem que fazer o rolezinho no Shopping do Campo Limpo (que é recente) e não no Shopping Iguatemi. Mas a questão é que o jovem do Campo Limpo quer a mesma coisa que o jovem dos Jardins, se diferenciar; como qualquer jovem inserido numa sociedade capitalista. E dar um rolê no Iguatemi o diferencia daqueles que ainda só dão um rolê no Campo Limpo. Pois as "regras" de quem pode ir ao Iguatemi não estão sendo quebradas, que é ter um tênis caro e original no pé e roupas de marca, além do bom e velho lanche no Mc Donald's.




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   A questão toda é que o pessoal dos jardins ainda não percebeu que esse pessoal da periferia hoje tem dinheiro para comprar objetos caros. E para o pessoal da periferia já não trás tanta ostentação assim andar com esses objetos por lá. E mais do que querer fazer parte dos endinheirados dos Jardins, esse pessoalzinho dos rolezinhos, querem mesmo é se diferenciar daqueles da periferia que não possuem esses objetos de valor; não diferem em nada de um mauricinho.

   Portanto, são aqueles que começam a ter algo querer ser o que há de pior daqueles que sempre tiveram.

   Rolezinho, tô fora!

   Sidnei Akiyoshi

6 de jan. de 2014

Ilha.

Oi!!!

   Começando o ano de 2014. Depois de uma pequena pausa de fim de ano voltamos com um pouco de filosofia de esquina para aqueles que vivem num rodovia.

   Quero retomar um pouco sobre o que é esse blog. Escrever sobre contemporaneidade. Mais especificamente, sobre o ser humano na contemporaneidade. Pois acredito que as pessoas insistem em acreditar que estão numa modernidade, ou seja, aquilo que se viva antes da segunda guerra mundial. Onde estavam aterrados com as primeiras guerras do século XX mas desejando que tudo ficasse como sempre foi, sem saber que tudo aquilo iria resultar nos horrores que foi a segunda guerra mundial. Passadas algumas décadas de silêncio/luto o ser humano achou que deveria mudar o paradigma do que é o ser humano. E tudo, principalmente as artes, culminaram com aquilo que foi o ano de 1968; paz, amor e revoluções sociais. E de puro moralismo passamos a uma certa libertinagem (social e moral) travestida de liberdade. E toda esta liberdade veio num crescente até chegarmos naquilo que acredito que seja a mais libertadora: a informação.



   Mas liberdade demais gera medo. E todos tentam viver suas liberdades individuais como uma piscina no meio de um lago sujo. Tudo até pode parecer normal, mas basta um gota a mais para que tudo se contamine. Portanto você até pode viver por um tempo em plácidas águas, mas chegará o momento em que o lodo chegará e todos terão que aprender a viver no barro num salve-se quem puder. Não há a necessidade de revivermos a segunda grande guerra, basta entendermos que o que para uns é piscina, para outros é água potável. E quando essas percepções de realidade mudarem talvez tenhamos as condições necessárias de voltarmos a sermos humanos num sentido mais platônico e menos hobbesiano.

   Sim, ainda acho que há esperança, e ela está nas artes. Mas cada vez mais as pessoas entendem menos. Até que uma nova Helena seja raptada, e o resto, vire história.

   Sidnei Akiyoshi