15 de mai. de 2013

Ao mestre.

Oi!!!

   Hoje vou postar uma tradução de um texto de um poeta grego antigo, Anacreonte, feita pelo Prof. Antonio Medina Rodrigues que infelizmente desceu ao Hades essa semana. Esse poema representa bem o espírito desse professor, brincalhão mas apaixonado pelo que fazia. Gozava a vida com deleite, esticando a primavera o mais que podia. São pessoas como ele que nos fazem olhar a vida por um outro prisma, fora dessas caixinhas chatas.

Sidnei Akiyoshi


Anacreonte # 2

1.
Traz essa taça, ó rapazinho,
Para que agora um trago eu prove,
E cinco doses põe de vinho,
Uma de água com mais nove.
Eu decidi, sem insolência,
Honrar a Baco em compromisso,
Dispenso agora a exigência,
O formalismo, e mais serviço!
Não quero claque ou audiência. [Fr.4 Diehl]

2.
Detesto quem evoca
Prantos da fera guerra,
Enquanto os lábios molha
Ao vinho da cratera.
Por isso eu amo quem
Mistura Musa e Vênus,
E os dons da farra tem,
Esplêndidos, serenos.

3.
Alva me restou a fronte,
Me são têmporas grisalhas,
Vão meus verdes anos: onde?
Já meus dentes são limalha!
Resta-me viver da vida
Um sopro que vai morrendo,
Por que choro sem guarida?
Pelo Tártaro, que é horrendo.
Mas terrível é que a ida
Não tem volta, é só descendo

Trad. Antonio Medina Rodrigues.

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