11 de dez. de 2013

3. O Homem Político.

Oi!!!

3 - O Homem Político.

   Quem tem quarenta, pegou na infância o final da ditadura. Já bem mais branda, mas com aqueles resquícios de ter que cantar o hino nacional toda semana e fazer aula de Educação Moral e Cívica (EMC) e Organização Social e Política Brasileira (OSPB). Tive a sorte de ter no Colégio (sim, estudei como bolsista em colégio particular), uma professora bem questionadora que me marcou bastante, pois até fizemos uma peça, Pássaros e gaviões de Chico Alencar; que tem o poema do Mario Quintana: "Todos esses que aí estão, atravancando meu caminho, eles passarão, eu passarinho".

Quino


   Presencie as diretas já e o período de transição, encabeçado pelo Tancredo Neves, e que caiu na desgraça que foi o governo Sarney. Lembro que tirei dez no meu trabalho sobre a transição democrática, já na Escola Técnica Federal de São Paulo. Na primeira eleição para presidente não pude votar, eu fazia aniversário quatro dias depois das eleições, mas foi a primeira vez que participei ativamente na campanha, a famosa Lula-lá. Naturalmente já tinha uma tendência pela esquerda, apesar de meu pai ser um Malufista nato, defensor da ditadura militar.

   Logo depois participei en passant dos caras pintadas que culminou com o impeachment do Collor. Um tempo no exterior e na volta o amadurecimento do meu pensamento político. Eu tendo para um social democrata. E em tese o PSDB deveria ser meu partido, mas ele tendeu para uma direita neo liberal. E na época o PT, como oposição, era demasiadamente socialista.

   Veio o período de faculdade, a FFLCH-USP, assumidamente marxista. E apesar de teoricamente ser muito bom o marxismo socialista, assim como na República de Platão, ele requer homens bons. E aí eu concordo com Hobbes, que não existem homens bons, como ele diz: "O homem é o lobo do homem". E essa verdade no neo liberalismo talvez seja mais devastadora ainda.

   Finalizando, esse meu socialismo democrático, prevê uma distribuição de renda mais equilibrada, serviços básicos (educação, saúde, transporte, cultura, moradia) com qualidade e acessíveis. Como já trabalhei no serviço público consigo visualizar melhor o funcionamento e digo; a burocracia atrapalha um funcionamento mais eficiente de todos esses serviços, mas por outro lado, é ela que previne/ameniza as fraudes no âmbito público. Como consequência mais direta, ocorre o desperdício de trabalho, tempo e dinheiro; aumentando consideravelmente o custo do sistema público.

   Enfim, poderíamos até ter um sistema ditatorial bom, tanto de direita quanto de esquerda, contanto que tivéssemos governantes bons que fizessem bons governos. Mas eu prefiro a democracia e nela produzir homens mais próximos do homem e mais distantes do lobo.

Sidnei Akiyoshi.

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