Alice: Você poderia me dizer, por favor, qual o caminho para sair
daqui?“
Gato que sorri: Depende muito de onde você quer
chegar
Alice: Não me importa muito onde...
Gato que Sorri: Nesse caso não faz diferença por
qual caminho você vá
Alice: desde que eu chegue a algum
lugar
Gato que Sorri: Oh, esteja certa de que isso
ocorrerá, desde que você caminhe o bastante.”
Eu acho que o mal da maioria das pessoas é não saber onde quer chegar. Eu sempre me questiono onde estarei daqui a um, cinco e dez anos. Faço isso desde os 20 anos e quase sempre cheguei onde queria. Sei que isso é difícil de fazer, mas em geral, as pessoas nem tentam. Isso serve, primeiramente, para a vida pessoal. Pode começar separando: trabalho, estudos, diversão, viagens, coisas, amores; tá, esse último confesso que é bem mais complicado, mas pode começar pensando, não no que você quer n@ outr@, mas no que abrirá mão pel@ outr@.
Mas depois pode expandir isso para o coletivo. Onde você quer que as suas coletividades estejam daqui a um, cinco e dez anos. Desde a sua família até o seu país. Falo isso por uma pequena reflexão sobre as manifestações, e mais precisamente, pelos cartazes. Em geral as pessoas sabem o que não querem, mas não tem muita ideia do que querem. Mas é bom lembrar que querer é um sentimento de volição, de desejo; você pode querer o impossível, é plausível, pois é um desejo. Mas em geral o querer vem junto com o merecer, e mais em geral ainda não merecemos o que queremos; pois merecimento requer empenho, trabalho, e na maioria das vezes isso não é feito. É como ganhar a sobremesa SE comer o brócolis, como viajar para Paris SE economizar dinheiro, como ter um país melhor SE se engajar eticamente em política; e tudo isso requer empenho: comer aquela coisa verde, não gastar com supérfluos, dedicar uma parte do seu tempo.
Eu sei que os meus próximos dez anos vão ser dedicados ao trabalho e consequentemente aquisição de bens e economia. Como isso se dará, está se encaminhando, pois os caminhos só são decididos depois do destino.
Sidnei Akiyoshi
Nenhum comentário:
Postar um comentário